segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Presença garantida.


"...Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho ímpar."

Carlos Drummond de Andrade encantará o mundo sempre com sensibilidade e singularidade. Hoje seriam 109 anos do seu nascimento, (e em 17 de agosto foram 24 da sua morte), por isso registro o meu amor por ele, pelas suas palavras e pelo seu olhar de singelo cuidado com a humanidade e os seus sentimentos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Dois sentidos para começar o dia bem...: visão e audição.

http://www.youtube.com/watch?v=Us-TVg40ExM&feature=colike

Para ter inteireza, mistura daqui, mistura dali.


Quando alguma tristeza me bate, ou "...Alguma coisa acontece no meu coração...", eu gosto de ir para a cozinha, colocar uma linda música ( hj foi The ballad of Mona Lisa - presente do meu filho), e fazer um bolo. A receita foi bolo "Maria Olga" (minha avó-quituteira-paterna), diretamente do caderninho especial dela, que foi amorosamente herdado pela minha prima, Maria fernanda. Entendem a razão de ele ter ficado tão perfeito? Além da terapia, a boa energia. Já tenho os meus dois pés no chão! =))

Como felicidade partilhada, é alegria em dobro, aqui está a receitinha do bolo, para que vocês perpetuem o "Maria Olga" pelos seus lares e pelo mundo afora, sempre como ela própria fora: sabor e amor!!

Ingredientes:
3 xíc de açúcar
2 xíc de manteiga
4 xíc de F. Trigo
4 Ovos
1 Col (s) fermento
1 copo ( americano) e meio de leite
1 xíc de Chocolate do frade

Modo de fazer:

Bata até esbranquiçar a manteiga e o açúcar. Depois vá adicionando ovo por ovo (inteiro), batendo bem na maior velocidade da batedeira até formar um creme bem homogêneo. Em seguida, sempre batendo, alterne a farinha de trigo e o leite, até levar toda a quantidade separada. Por último coloque o fermento.
Acenda o forno no máximo.
Separe uma parte (pouco menos da metade)da massa, e adicione o chocolate. Reserve.
Unte uma forma grande, e vá alternando a massa branca com a achocolatada, até concluir! Asse por 50 min., +- 1h.

Feche os olhos, sinta o cheiro pela sua casa, convide um amigo querido, e permita-se ser feliz com uma xícara de café quente!!!!

Beijos,
Mona.
Crato, 15 de outubro de 2011.

Vamos ser "lagos"?

"O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d‘água e bebesse.

"- Qual é o gosto?" perguntou o Mestre.
"- Ruim!" disse o aprendiz.

... O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago. Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago, então o velho disse:

"- Beba um pouco dessa água".

Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:
"- Qual é o gosto?"
"- Bom!" disse o rapaz.

"- Você sente gosto do "sal" perguntou o Mestre?
"- Não" disse o jovem.

O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse:

"- A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende do lugar onde a colocamos. Então quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido das coisas.

Deixe de ser um copo. Torne-se um lago."

É bom lembrar que sempre haverá para onde olhar, o que aprender, o que levar de cada vivência. Há algo de positivo em tudo. O importante é que a dor vivida inspire crescimento,consciência e reconhecimento pelo divino que há em cada limite ultrapassado. Como diz o querido Padre Airton...:
"Deus está no horizonte da minha esperança."

(Por curiosidade, o lago mais comprido do mundo é o Lago Tanganyika, na África. Ele possui 660 km de extensão e é também o segundo mais profundo do planeta, atingindo, em alguns pontos, 1.433 metros de profundidade.)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Verdade?

"Minha laranjeira verde, por que estás tão prateada?
Foi da lua dessa noite, do sereno da madrugada...
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço,
Enquanto o caos segue em frente
Com toda a calma do mundo..."
(Renato R.)



...Entre o Caos diário vivido com sorrisos ingênuos, e o caos sem os mesmos... Sigo acreditando que com eles é mais fácil organizar-me dentro da forma que sou eu.

Nietzsche nos manda encarar a verdade nua e feia, “no próprio peito, no intuir, sentir e produzir". "Não podemos decidir se aquilo a que chamamos verdade é verdadeiramente verdade, ou se tão-só assim nos parece." Por vezes, leio-no para equilibrar a balança entre pensar e sentir, na tentativa vã de ser mais racional.

Concordo com ele que ela é nua, porque revela-se...mas sinto que ela quase nunca permanece feia. Gosto de pensar que não podemos generalizar as nossas verdades. Isso seria muito egoísta. Penso ser a verdade mutante, e não há mal em adequá-la ao modo como nos habita em cada dia. É generoso entender as verdades alheias, por mais que nos pareçam ilusórias. Por muitas vezes entender é não contestar, é caminhar do ladinho, para amparar quem descobrir-se em outro passo.

Para descobrirmos quem somos, ao longo de uma vida inteira, é preciso tê-las como norte. Saber das minhas verdades me direcionam para onde devo seguir, e mesmo que eu não sorria sempre, já sei que não podemos, e nem devemos alterá-las, mas podemos vivê-las com leveza, aceitando a permissão que temos de ajustarmo-nos aos fatos das nossas vidas com harmonia, e permitindo aos outros que assim também o façam.

Mona.

Crato, 13 de setembro de 2011.

É possível sonhar.


Eu já vi esse vídeo algumas dezenas de vezes.
Não houve uma única vez em que eu não tenha chorado.
Percebo nele uma tradução de felicidade simples, que me emociona. Há escolhas, destino, companhia, alegria, pessoas, pessoas, mais pessoas,...e continuidade. Percebem-se ainda os frutos felizes de quem conseguiu construir um destino acertado, com sincronicidade entre o que fazer e desejar para a sua vida.

Sei... Posso ser questionada sobre como saberemos o que deve ou não acontecer, e eu não saberei responder. Aliás, não sei nem mesmo me responder porque acho que é assim.
O que sei é que quando conseguimos acertar nas escolhas, a vida flui mais mansa. Percebi isso de vez em quando, nas tréguas que já me dei.

A exemplo do casal pleno do vídeo, gostaria de ter tido "a sorte de um amor tranqüilo" desde a adolescência... e aí talvez devesse ter ouvido mais Cazuza em vez de Legião...srsrsr Mas, eu também ouvi Chico, e isso me deu sementes de esperança que brotam continuamente, e me sugerem que o amor sempre é feito de recomeços. Vejo que até mesmo aqueles que são sentidos pelos mesmos pares ao longo das suas vidas, remontam-se, refazem-se, renovam-se a cada dia, após o renascimento singular das pessoas que formam o casal. Seria uma tarefa sísifa, não fosse a mesma tão prazerosa e libertadora. Ao contrário do mito, aqui empurramos as dificuldades montanhas acima, e muitas vezes as vimos rolar como dores adentro, mas ironicamente, este reerguer-se terá pesos mais leves que na subida original. A superação dos motivos, mesmo os que tornam-se cicatrizes, nos deixa mais aptos a reconhecer o valor dos propósitos, do crescimento, das certezas de uma vida solitária ou de uma companhia inteira. Vencido o início, somos melhores pessoas, e conseqüentemente seremos melhores companheiros, desejando exercer nossos direitos e deveres pró-felicidade de forma continuada, confortavelmente rotineira, com a diferença de evitar a repetição enfadonha, propondo-nos a fazê-lo sem mecanicidade, afinal é preciso envolver-nos na redobrada vontade que nos aflora a todo instante e nos restaura o sonho, nos aliviando da culpa de termos escolhido um destino pra chamar de nosso.

O que escolhemos pode pesar em muitos momentos. É natural que as decisões sejam revistas, e que a cada dia nos perguntemos se este é mesmo o caminho correto... Para reconhecer a estrada, lançar mão de tesouros à beira dela, viver o arrependimento de não ter subido todos os degraus com paciência, consciência e firmeza, "guardar as pedras do caminho", ser a medida exata entre o tempo e o conhecimento, "plantar pedras e colher flores", para servir aos sonhos e executar os desejos enquanto mexemos nas folhas do calendário da cozinha, é preciso força. Acredito que esta força é alimentada pela vontade, pelo querer de cada um. Vontade de acertar, mesmo que isso não garanta êxito, mas porque é sabido que isso assegura uma possibilidade. E felizmente, uma possibilidade é tudo o que somos. Além de desobrigar-nos do tempo, e dos limites que ele sugere, não é necessário saber mais do que isto para recomeçar.

Mona,
Crato, 11 de outubro de 2011.