quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Verdade?

"Minha laranjeira verde, por que estás tão prateada?
Foi da lua dessa noite, do sereno da madrugada...
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço,
Enquanto o caos segue em frente
Com toda a calma do mundo..."
(Renato R.)



...Entre o Caos diário vivido com sorrisos ingênuos, e o caos sem os mesmos... Sigo acreditando que com eles é mais fácil organizar-me dentro da forma que sou eu.

Nietzsche nos manda encarar a verdade nua e feia, “no próprio peito, no intuir, sentir e produzir". "Não podemos decidir se aquilo a que chamamos verdade é verdadeiramente verdade, ou se tão-só assim nos parece." Por vezes, leio-no para equilibrar a balança entre pensar e sentir, na tentativa vã de ser mais racional.

Concordo com ele que ela é nua, porque revela-se...mas sinto que ela quase nunca permanece feia. Gosto de pensar que não podemos generalizar as nossas verdades. Isso seria muito egoísta. Penso ser a verdade mutante, e não há mal em adequá-la ao modo como nos habita em cada dia. É generoso entender as verdades alheias, por mais que nos pareçam ilusórias. Por muitas vezes entender é não contestar, é caminhar do ladinho, para amparar quem descobrir-se em outro passo.

Para descobrirmos quem somos, ao longo de uma vida inteira, é preciso tê-las como norte. Saber das minhas verdades me direcionam para onde devo seguir, e mesmo que eu não sorria sempre, já sei que não podemos, e nem devemos alterá-las, mas podemos vivê-las com leveza, aceitando a permissão que temos de ajustarmo-nos aos fatos das nossas vidas com harmonia, e permitindo aos outros que assim também o façam.

Mona.

Crato, 13 de setembro de 2011.

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