segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Trilha sonora



Percebi que "...mesmo quando não estou pensando em você,  sinto um pensamento constante a seu respeito, como a música que acompanha os filmes...."

Lispector


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

"...aonde quer que eu vá..."


“De alguma forma absurda, nunca estive tão bem. Armado com as armas de Jorge. Os muros continuam brancos, mas agora são de um sobrado colonial espanhol que me faz pensar em García Lorca; o portão pode ser aberto a qualquer hora para entrar ou sair; há uma palmeira, rosas cor-de-rosa no jardim. Chama-se Menino Deus este lugar cantado por Caetano, e eu sempre soube que era aqui o porto.”

CFA

O melhor porto, o mais seguro e iluminado é o que nos revela a mansidão dos tempos no nosso peito. Depois de dizer sim ou não às surpresas que a vida nos oferta, e contabilizar no espelho os ganhos e as perdas de cada rumo tomado, podemos entender que na vida, só a paz importa. A graça de ter luz aonde ancorarmos não começa na hora em que decidimos partir, porque também o destino é variável, mas nas decisões de como seguiremos em cada dia. E o que era tormenta, pode deixar de ser com um sim, ou com um nunca, como poetiza Clarice, sobre o constante recomeço que somos todos nós, com os nossos caminhos e vontades, tantas vezes feitos um no outro.

"Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. (…) e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o que, mas sei que o universo jamais começou. Ele já era antes de ser."

Somos um universo de possibilidades existentes. Quanta liberdade! Para que elas realizem-se é preciso que nos assumamos imperfeitos, amorosamente imperfeitos, que nos perdoemos por isso, e que decidamos quem queremos ser. E entre sim's e nuncas, que nos façamos o nosso porto. De chegadas e de partidas.

Mona
Crato, outubro de 2012.

"...que nada te amedronte, nada te perturbe..."

 
"A vida é tão maravilhosa porque também é feita de colos, de feridas que cicatrizam, de amigos que celebram ou choram junto. Feita de pessoas apaixonadas e apaixonantes, possíveis e impossíveis, pessoas que machucam, pessoas que chegam para curar."
 
Marla de Queiroz
 

"...apesar dos perigos..."

 
"Tanta gente aí esperando ansiosamente para ver o que a vida oferece, só que não sai de casa, e quando sai, não tem o olhar curioso nem o espírito aberto para receber o que ela traz."
 
M Medeiros
 

Liberte-se!



"... E quem pode comigo quando eu digo tudo o que sinto?"

Caio Fernando Abreu

Espalhe o bem



"As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor. Aprendemos palavras para melhorar os olhos."

Rubem Alves

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Bom dia!

É lindo.


"...Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas.
E é tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá.
E é tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho por mais que pense estar.
É tão bonito quando a gente pisa firme nessas linhas que estão nas palmas de nossas mãos.
É tão bonito quando a gente vai à vida nos caminhos onde bate, bem mais forte o coração."

Gonzaguinha

quinta-feira, 26 de julho de 2012

7 X 7.


Escolha o seu!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Filtre.



"O que você fez, daquilo que te fizeram?"
Sartre

Para tudo que há, tempo.
É sábio tirar a melhor lição de tudo que nos acontece, guardando conosco somente o que disso florescer, mesmo que tudo seja latente, porque apenas as boas lembranças e aprendizados devem fazer morada permanente no nosso coração.

Do que eu me fiz, e do que me fizeram, eu faço pontes.
Para ir adiante.
Para abrir caminhos com a consciência de que eles se desencontram, mas ainda assim eu posso vivê-los da melhor forma, com o olhar positivo, povoado de sonhos e de vida. Sempre é possível ser um pouco mais vivo do que os conceitos e convenções.

Adélia Prado dona de lindos recomeços, mostrou como seguir com o coração pleno de muitos motivos, e sugere com o seu exemplo que filtremos a vida, simplesmente olhando para o que vale a pena...."O sonho encheu a noite. Extravasou pro meu dia. Encheu minha vida. E é dele que eu vou viver. Porque sonho não morre."

Sim, Adélia. Seguir é mágico. Viver uma realidade sonhada é possível, e honesto, sobretudo consigo. Para isto, vamos reconhecer o que tem peso e reflexo. O que importa e ensina. O que agrega e ilumina. Cuidemos das nossas pessoas, sejamos luz quando forem sombra. Saibamos ter um caminho novo para as atitudes repetidas, compreendendo-nos enquanto ausência e falta. A culpa não deve ser guia, mesmo quando precisamos de redenção. Mas a intenção, o comprometimento, a delicadeza no olhar sobre si e sobre os outros. O carinho com o caminho de cada um. Isso nos faz ver que a "claridade do mundo, e a possibilidade de alegria" está presente em tudo.

Descubra-se. O que nos fortalece é o entendimento de quem somos.

Mona
Julho de 2012.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Construindo.


"Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem.
Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito. Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba. "

ELIANE BRUM,
Jornalista, escritora e documentarista.


Adorei as palavras desta jornalista. E este é só o final do texto dela. Ela é tão viva! Percebe-se que é muito ativa, tem os olhos no mundo, o coração nas pessoas e os pés no chão. Sugere uma "fórmula" simples para a vida real: viva sob a mais pura verdade! Revele-se sem traumas, mas sem expectativas de ser e formar super heróis. Comentava sobre isso com um amigo, e ouvi dele uma frase sobre o que considero ser ideal: "Açucare um pouco a vida de uma criança", e eu penso: mas não faça dela uma poça de mel, de onde não consiga desprender-se futuramente. Precisamos nos revelar frágeis, comuns, humanos, com um coração amoroso e vontades idem, mas também com limites e condições. A vida acontece a partir da gente, e todos podemos fazer as escolhas (que sabemos), mas não deixa ela de ser dura e exigente, enquanto compartilhamos juntos um destino! A felicidade não é imperativa, e não precisamos de completude para senti-la. Mas um motivo entre mil, e já temos um sorriso. Felicidade é degrau. Para chegar andar acima, ou abaixo, é preciso percorrê-los um a um. A mediação disso é a aceitação do tempo e da direção entre eles. Entendo as faltas como sinais, para seguirmos ou não, e não gosto usá-las como lamentos. Isso é perder tempo, e energia. A vida é enorme, e eu continuo achando tudo isso tão bonito.

Mona.
Julho de 2012.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Smile!

 
 
Sabedoria é descobrir na vida motivos para sorrir entre um dia e outro, entendendo as sua esperas e reconhecendo os aprendizados!
Sempre é tempo de ter mais alegria!!
Mona
Julho, 2012.
 

segunda-feira, 9 de julho de 2012

De olho na balança!


"Até onde podemos ir? Até o limite do suportável. Um belo dia, depois de inúmeras repetições do mesmo erro, a gente desiste. Com tristeza pela perda, mas com alegria pela descoberta, diz pra si mesmo: cheguei até aqui.
E, então, a vida muda."

Martha Medeiros

Não nos demoremos nos intervalos. A vida é feita de (con)sequências.
É preciso seguir. Mudar, transformar, alterar. Entendo que os momentos se encerram, renovam as vontades e as certezas, mas acima de tudo sugerem coragem para que tentemos ser um pouco diferentes, e quem sabe, melhores.

"Cair sete vezes, levantar oito...". Eu concordo com a brava Cora, "...mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir."

Decidir ir. Ficar. Entender. Aceitar. Perdoar. Recomeçar.
No infinito de cada tempo ido, momento vivido, ciclo fechado, sonhos passados, altos, baixos, há sempre uma renovação, um olhar que te convida a perceber o novo da vida. Há tanto para ser visto! Tudo nos é dado. Ontem me joguei em uma corrente do bem, destas que encontramos nas mais simples pessoas, enraizadas na vida com verdades e bons propósitos. Senti jorrar "água viva" no meu peito, e na mesma hora desejei fluir junto, anunciando que toda esperança é rica, fértil e generosa. E ela que somente por anunciar alegria, nos dando a chance de vê-la, era a mais divinamente iluminada.


Sejamos também pontes para o bem.
Mesmo sendo fracos e imperfeitos, com nossas falhas e tentativas, podemos desejar e confiar nas possibilidades infinitas que só o bem realiza. É o primeiro passo para que elas aconteçam. Acredito que a partir do desejo verdadeiro, toda mudança é real. Então, caso deseje, mude agora para o que você quiser ser, ou não. Mas decida sobre você.

Mona
Crato, Julho de 2012.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

"Para ser grande, sê inteiro."




"O que você pensa de si mesmo é muito mais importante do que os outros pensam de você."
Sêneca

Two as one!

Chove, chuva.


E quando a gente olha para o céu com amor, fé e esperança, a vida cresce tanto no nosso peito, que é possível ver cair uma chuva de alegria!

Abra os seus braços e a alcance!
Ela foi feita para você!

Mona
Junho, 2012.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Seja!



“Dentro da igreja, ajoelhe-se.
No estádio de futebol, grite pelo seu time.
Numa festa, comemore.
Durante um beijo, apaixone-se.
De frente para o mar, dispa-se.
Reencontrou um amigo, escute-o....Ou faça de outro jeito, se preferir: dentro da igreja, escute-o. Durante um beijo, dispa-se. No estádio de futebol, apaixone-se. De frente para o mar, ajoelhe-se. Numa festa, grite pelo seu time. Reencontrou um amigo, comemore.
Esteja, entregue-se.”

Martha Medeiros

Um novo tempo.



Embora seja "majestoso viver, acumular memórias, afetos", todos buscamos um porto de chegada. Pacífico, lindo e iluminado, só por existir. Lembrei-me de uma frase do Caio F., que me faz ficar em silêncio por cinco minutos sempre que a escuto..."Será que, à medida que você vai vivendo, andando, viajando, vai ficando cada vez mais estrangeiro? Deve haver um porto." Sim, há. E se não esquecermos de quem somos, ele andará conosco , nos ancorando nos princípios, sem nos deixar à deriva dos bons propósitos, mesmo que às vezes nos sintamos em um abismo.

Neste momento, quando começamos a perceber que o tempo é incerto e tão arredio, desejamos saborear com urgência a felicidade do agora. Já sabemos que cultivá-la sem prazo de colheita é a maior perda de tempo que existe. “Alicerce o seu sonho, mas sonhe e viva todos os dias.” Vejo pessoas que anunciam a sua felicidade para quando os filhos crescerem, ou quando a economia melhorar, talvez quando conseguirem perder algum peso extra, ou ainda quando tiverem uma casa maior...Penso no que haverá se nada disso conseguir se tornar realidade. Estes são objetivos que não devem nortear às nossas escolhas diárias, estas que constroem a nossa felicidade real. Que pensemos nestas coisas, enquanto seguimos vivendo. Há uma parte das nossas vidas, sobre a qual não temos domínio, que serve para lembrar-nos de que há pressa na realização das nossas alegrias e obrigações de cada dia, posto que não se sabe de que será feito o próximo, mas sobre a que temos, devemos fazer o que nos cabe incessantemente, até acertar a que melhor nos fizer.

É certo que nem sempre, em todos eles, teremos feito tudo corretamente, ou tudo ao seu tempo, mas entre a razão e a emoção que nos consomem, ou entre os "verdes e maduros" que somos nós, os frutos dos nossos dias são ótimos guias para o nosso coração. Com eles, aprendemos muito sobre as estações, a maturação necessária para florir e estar pronto em um ciclo que sempre, independente de o cumprirmos como deveríamos, vai recomeçar, com a luz esplendorosa com que naturalmente nasce. 

Gosto de aprender com o Érico Veríssimo a não lamentar o fim de um ontem, porque "...a vida começa todos os dias...!!!"  A minha, e a sua também.

Mona
Junho de 2012

Smart Paul!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Obrigada!



''Um amigo é alguém que lhe dá total liberdade para ser você mesmo.''
Jim Morrison

...E não custa dizermos "Obrigado" aos nossos amores de amigos que nos deixam sempre mais perto do céu!
Mona

terça-feira, 19 de junho de 2012

Vamos colorindo!

 

"Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá...
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar.
Vamos todos, numa linda passarela de uma aquarela,
Que um dia enfim descolorirá..."

Toquinho

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Decisão


"Fique em paz e permaneça feliz em si mesmo, porque a essência da alegria é você."

Habitualmente escuto histórias de pessoas que não guardaram a melhor palavra para dar ao outro, e ainda assim a proferiram. Como o exercício do silêncio é importante e mal praticado. A atitude egoísta de falar mal é promovida sempre por um olhar negativo de quem acha que o outro está errado tão somente porque ele escolheu um caminho diverso do seu, ou do que gostaria. Acredito que esta é uma forma vil de negar amor. Acho ainda que é infeliz aquele que por não conhecer os motivos, não partilha um sorriso avistado de longe, por mais verdadeiro que este pareça. Não conheço maior degrau para a felicidade do que uma adaptação saudável à realidade de cada momento das nossas vidas.

A quem magoa gratuitamente, sugiro mais cuidado, mais caridade com o doce sonho de quem quer que seja, pelo fato de que alguém pode ser feliz daquele jeito. E isto deve bastar. A quem foi magoado, afirmo que existem opiniões que não devem ferir, até que vejamos de onde vieram. Muitas pessoas que sequer conhecem do que ou de quem falam, gostam de sentir-se importantes tentando impressionar sob falsas palavras, enquanto escondem que sentem-se incomodadas não só pelos sentimentos, mas pelas auto projeções ou frustrações, e são tantas as falsas conclusões! A isto já chamamos de inveja, e não deve nos atingir incorretamente. É para ouvir e deixar ir. Servirá para lembrar com quem devemos estreitar convivência ou partilhar a nossa felicidade.

Deixe pelo caminho o que não te acresce, quem não te cuida, te respeita ou te enobrece. O mundo sempre possibilita reeencontrar quem já mudou de passo, e neste dia, talvez seja coerente ouvir as novas idéias de quem como nós, continuou caminhando, porque também não é fértil estocar mágoas. Há novas chances, motivos, tempo, estradas, olhares e é bom que nunca esqueçamos da maravilha que é decidirmos sobre como podemos ser felizes.

Mona.
Junho,2012

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Eu quero!



"Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz!"
Clarice

Dentro dos nossos limites, nas possibilidades que a vida nos reserva, da forma como estivermos, e independente do que as datas comemorativas sugiram, devemos dizer sim para a felicidade! É a partir do que decidirmos sobre nós, que a nossa vida será mais, ou menos parecida com o que sonhamos ser.

Lembro do Lulu alertando sobre o tempo... "Hoje o tempo voa, amor... Escorre pelas mãos, mesmo sem se sentir. E não há tempo que volte, amor! Vamos viver tudo que há prá viver! Vamos nos permitir!", e penso que entre a Clarice e o Lulu, tem a ousadia de cada um! Aquela vontade que faz qualquer sonho parecer possível, e diminuídas as distâncias das culpas e medos, resta sempre um passo a menos para a paz das escolhas certas, feitas sob a benção da simplicidade. Sim! Posso querer!

De uma forma, ou de outra, prefiro atestar que a felicidade está bem ali. Aonde nem sempre podemos vê-la, morando do lado de dentro, a um toque do nosso peito, ao alcance das nossas mãos, porque nem tudo precisa ser visto para existir.

Mona
Junho, 2012.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sentido.

 
 
"É o olhar característico do amor que torna a pessoa sensível e atenta para perceber os sinais e demonstrações de afeto, por pequenos que sejam ou que aparentemente assim o sejam, que fazem nascer no coração um fundamental sentido de reconhecimento em relação a vida, aos outros, a Deus."

Santo Agostinho

sexta-feira, 1 de junho de 2012

No universo do agora.



Todos sabemos, mas é válido lembrar...:
A vida é um bem pessoal. Aliás, personalíssimo! Do tipo que só cabe ao dono.
Hoje li uma matéria sobre estes acontecimentos assustadores e sempre iminentes da natureza, e embora tenha uma proporção gigantesca que muitas vezes não conseguimos alcançar, aquilo me fez pensar que o amanhã de 4 bilhões de anos não parece tão longe quando fala sobre a finitude do tempo.

Não há generalização quanto às informações da NASA, nem tampouco sobre nada mais nesta vida, porque mesmo a ciência afirma que tudo pode alterar-se pelo tempo e ações. Acredito que algumas interferências científicas já modificaram incontáveis destinos, e felizmente, isso na maioria das vezes é salvação, mas no campo de cada um, aonde cabe pouco mais de um coração, é bom cada um ir vivendo a sua vida, cuidando para que seja ela feliz hoje, porque os sonhos têm a sua pressa, as pessoas têm as suas passagens pela nossa história sempre menores do que gostaríamos, e nós também passamos meteóricamente por ela. Sim, o tempo é arredio....e o amanhã? Voltei a achar que é distante e irreal, porque ainda não se construiu. E sem conseguir vê-lo, ninguém sabe como será, literalmente. Nem as galáxias com uma visão tão favorecida do universo, sabem do seu destino. Eu pequena como sou, desejo apenas vivê-lo sob as mais lindas estrelas, e não esperarei para vê-las mais do que já quero vê-las hoje, porque não sei até quando poderei ver, ou até quando estarão lá. A minha vida é agora.

Mona
Junho de 2012.

"Nossa galáxia colidirá com outra em 4 bilhões de anos
http://bit.ly/LNN46l
A galáxia Andrômeda se move na direção da Via Láctea a uma velocidade de 402.000 km por hora, rápido o suficiente para viajar da Terra à Lua em uma hora. Os cientistas ainda não sabem qual será a gravidade do impacto"
Fonte: O povo

terça-feira, 29 de maio de 2012

Amor, alegria e arte.


...E em qualquer manifestação sincera que seja, tem-se...
"uma idéia feliz do quanto o amor é pura arte."
Ana Jácomo

Clarice disse uma vez que "viver não é visível".
Acredito que ela se referia a condição de sentir, porque é impossível ver o que vive dentro de cada um de nós. Viver não é coisa que se faça para ser visto. Isso é latência, é carência, mas não é destino. Seria uma razão mediana, dessas que matam a alegria. Viver é tão grande, e tão complexo, que para dar certo é preciso querer viver. Ter norte, fé, rumo, peito, amor. Com exceção de Deus, não é necessário que nos saibam vivendo, ou melhor dizendo, que não vivamos para ser vistos pelos outros, apenas. Concordo que todos temos os nossos propósitos, limites e objetivos, que de tão pessoais também são indiscutíveis, mas repito... não devemos viver alheios à nós mesmos, para fazer-nos ver em uma vida que já não nos reflete. Isto é teatro de si mesmo. Dias de encenação justificam as marcas dos rostos exaustos que nos cruzam às ruas do tempo. Isto sim, é visível. As entrelinhas sempre pertencerão aos donos dos sorrisos opacos, mas a ausência de luz se faz vista nas linhas vazias que os seus olhares desenham à sua volta. Falta-lhes movimento. Pelos quais, eles também clamam uma salvação. A falta de esperança adoece, algumas vezes até condena. Mas é só até ver o céu do tamanho que ele é...tudo é tão infinito. Por que temos a mania de minimizar a vida?!

Não vivemos para justificar razões, não àquelas que criamos para nos ajudar a não ir aonde não sabemos, porque temos medo. Talvez, se conseguirmos nos rever, nos prometer menos e nos cuidar mais, possamos manifestar primeiro em nós o amor pleno da compaixão, da aceitação...da humildade. É sempre tempo de aprender. Hoje, amanhã, depois, quando ele chegar. O que interessa é o querer, não os sacrifícios. É a neutralização das mágoas e tristezas. É o compromisso com a felicidade.

Haverá eternamente razões suficientes para justificar a plenitude da nossa vida. Quando aprendermos a buscar a luz em cada uma delas, valorando o que merece gratidão, é impossível que não nos saibamos felizes, ou cheios de graça, porque seremos portadores destes dons, e eles abençoadamente se propagam. Felicidade e gratidão andam de mãos dadas. Isto também não é vivido com o propósito de ser visto, mas não há quem disfarce, ou deseje fazê-lo, porque já não é uma escolha espalhar o bem. É partilha.

Ouvimos do São Francisco, mestre na arte de espalhar a esperança, que..."Um único raio de luz, é capaz de afastar várias sombras", que sejamos então veículos iluminados do amor, na sua arte e alegria.

Mona,
Maio de 2012.

Sorte



"O amor precisa da sorte, de um trato certo com o tempo,
Pra que o momento do encontro seja pra dois o exato momento.
O amor precisa de sol, e do barulho da chuva,
De beijos desesperados, de sonhos trocados, da ausência de culpa."

Zé Ricardo,
Exato momento.
http://letras.terra.com.br/ze-ricardo/1969093/

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Simbolizando

Aprendendo


"Quando começam a me fazer muitas perguntas complicadas, me sinto como a centopéia que um dia lhe perguntaram como ela não se atrapalhava ao caminhar com cem pés. Ela foi demonstrar sua técnica e acabou desaprendendo-a. Eu também tenho medo disso."

Clarice Lispector em entrevista para o Jornal da Tarde, janeiro de 1971.
Outros Escritos. Editora Rocco.

..Quando aprendemos a aceitar as surpresas da vida, entendemos que nem tudo requer explicação. E mesmo sem precisar entender alguns passos,  é necessário vez por outra, certificarmo-nos de que os nossos pés estão bem plantados no chão de cada olhar, na humildade das escolhas, na lealdade das entregas, e que isto nos possibilite ver o tamanho real de cada uma das coisas das nossas vidas.

Vejo o céu infinito, lindo e azul que me acompanha, e peço que o que vale a pena ser grande, se agigante e se eternize em nós, e que o que não vale, meu Deus, que com a força dos ventos e do perdão, seja levado para longe, desocupando os espaços e permitindo o aprendizado, a renovação dos sonhos, e da esperança, porque tudo isto é tão somente alegria.

Mona.
Maio de 2012.

Compreensão


"Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. (…) e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o que, mas sei que o universo jamais começou depois. Que ninguém se engane, só consigo a simplicidade através de muito trabalho. Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer?

Mas se eu esperar compreender para aceitar as coisas - nunca o ato de entrega se fará. Tenho que dar o mergulho de uma só vez, mergulho que abrange a compreensão e sobretudo a incompreensão. E quem sou eu para ousar pensar? Devo é entregar-me. Como se faz? Sei porém que só andando é que se sabe andar."

Lispector

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Escolha.




"Se, ao acordar, posso escolher uma roupa,

posso escolher também o sentimento

que vai vestir meu dia.

Se, no percurso, posso errar o caminho

posso também escolher a paisagem

que vai vestir meus olhos.

A mesma articulação que tenho para reclamar,

tenho para agradecer.

E, se posso me adornar com a alegria,

não é a tristeza que eu vou tecer.

Que sempre seja o hoje UM BELO DIA!"

Marla de Queiroz

Orange yourself!


"Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo."

Adélia Prado

Olhar



Só choro às vezes é porque a vida me parece bela
(O sol. As cores. As coisas.)
Mas é de emoção, não de dor.
Tá tudo certo.

Caio F. Abreu

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Bom dia, com alegria!



Ontem ouvi um questionamento sobre a origem da felicidade de cada um. E eu sei que este é um assunto relativo, pessoal e extremamente complexo, mas como me perguntaram sobre o porque de eu ser tão feliz, e a pergunta ruminou no ar uns minutos antes de alcançar-me o coração, pensei que os meus motivos são tão simples e comuns, e que exatamente por isso são tão caros e raros.

A primeira resposta que pensei foi...
" Sou assim porque sou filha dos meus pais imperfeitos, mas que por um amor verdadeiro, teceram uma família feliz, e me fazem o melhor que sabem, sempre; Sou irmã dos meus irmãos maravilhosos que me fortificam com as suas presenças, e me presenteiam com os seus olhares e as suas atitudes de amor, cada um do seu jeitinho; Sou mãe dos meus filhos abençoados que me moldaram melhor do que jamais seria caso não os tivesse, e porque assim como o Caio F. considero as cicatrizes símbolos da alegria de ter sobrevivido às intempéries nossas de cada dia."

Depois de pensar isso, e de rir como costumeiramente, com a alegria da consciência de quem tem gratidão por toda a vida, respondi que sou feliz porque tenho Deus no meu coração, que Ele se traduz em uma esperança que não finda, e que por isso a minha alegria renasce todos os dias. Isto está ao alcance de todos. A gratidão é uma vontade. É confiando no tempo de agora, aproveitando as oportunidades com paz, que a certeza de que Ele "é o caminho, a verdade e a vida" faz morada no nosso coração.

A maior riqueza de um sorriso é o contágio. A multiplicação é o seu propósito. Escolhamos deixar bons sentimentos por onde passarmos. Já que sabemos que a vida tem suas muitas voltas, no mínimo, isto nos assegura encontrá-los em uma próxima esquina que cruzarmos.

Comecemos com um Bom dia! Vamos acrescentar alegria nas nossas palavras!

Mona.
Maio de 2012

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Vida Simples.



“Simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera.”
Martha Medeiros

Simplificar não dói, não custa, e é possível.
Em um mundo que vive em busca do "melhor de tudo", a cobrança de perfeição certas vezes é tão intensa, que eu sinto como a Simone de Beauvoir ..."Eu gostaria muito de ter o direito, eu também, de ser simples e muito fraca”, mas eu sei que não é fácil, no que a Clarice me complementa: "Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho."

A um passo de cada vez, tento alcançar a simplicidade, começando me permitindo ser comum. Não preciso ser a melhor, a mais bela, a mais feliz, informada ou segura mulher do mundo, preciso ser uma que leva a vida que tem com alegria. Carrego comigo os meus limites que me lembram que muitas vezes eu falho, e que é necessário reinventar-me, porque já é tempo de avançar. Nem sempre consigo, mas me repito para buscar tudo que o que eu quiser na minha alma e no meu coração. Lá é mais fácil ser como o Renato e me pedir que exercite o olhar sobre o que é belo e sincero neste mundo..."Quem me dera ao menos uma vez que o mais simples fosse visto como o mais importante..."

De novo, me digo: Avance.
Quando descubro o que verdadeiramente é importante, o que é simples e sincero chega para ficar.

Mona
Maio de 2012.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Adoce.


"Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola."
Caio F.

A Clarice sempre diz que devemos ser felizes, "APESAR DE..."
E porque não?!
Pegue então os seus pesares e os adoce com um pouco de esperança.
O resultado virá em dias mais leves, com mais vida e alegria.

Mona,
Maio de 2012.


Escolha!



"Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos.
Em construir castelos sem pensar nos ventos."


Se o Caio, como eu, entende por teimosia, a insistência absoluta de escolher a felicidade, diria a ele para seguir comigo, porque eu sei que os ventos são divinos, e ficarão ao nosso favor.

Mona
Crato, Maio de 2012.

Encontro



"Dentro dela tem um coração feliz, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez."

Caio F.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Descomplique!





"Onde é que se encontra o sublime? Perto. Ao regar as plantas no jardim. Ao escolher os objetos da casa conforme a lembrança de um momento especial que cada um deles traz consigo. Lendo um livro. Dando uma caminhada junto ao mar, numa praça, num campo aberto, onde houver natureza. Selecionando uma foto para colocar no porta-retrato. Escolhendo um vestido para sair e almoçar com uma amiga. Acendendo uma vela ou um incenso. Saboreando um beijo. Encantando-se com o que é belo. Reverenciando o sol da manhã depois de uma noite de chuva. Aceitando que a valorização do banal é a única atitude que nos salva da frustração. Quando já não sentimos prazer com certas trivialidades, quando passamos a ter gente demais fazendo as tarefas cotidianas por nós, quando trocamos o "ser feliz" pelo "parecer feliz", nossas necessidades tornam-se absurdas e nada que viermos a conquistar vai ser suficiente, pois teremos perdido a noção do que a palavra suficiente significa."

Martha Medeiros

O que deve nos bastar para que sejamos felizes?
O muito que temos. É tanto.
Temos sentidos que funcionam e nos conectam a um mundo infinito de consciências, visões e sensações.  A Martha bem lembrou sobre o que é essencial, e pensando sob esta ótica, sempre será tempo de retirar um coração grato do peito. Acredito que isto fidelize a felicidade. A gratidão tranquiliza o nosso olhar para o amanhã, quando conseguimos ver que há sempre algo de bom nos acontecendo hoje. Valorizar as coisas pequenas tão cheias de significados, espalhando um obrigada em voz alta, pela simples alegria de "ver o vento passar", faz com que a plantemos à nossa volta. Estando em terra fértil, será também dela o desejo de nos habitar.  Procurar uma felicidade que se cumpra na família, no reconhecimento dos amigos, no amor, nos sorrisos trocados, prezando grandiosamente a saúde, dividindo a vida com um coração livre de neuroses "que não se cansa de ter esperança de um dia ser tudo o que quer", repetidas vezes que sejam.
 É preciso não esquecer que este querer mudará muitas vezes ao longo das nossas experiências, e isto é tão importante quanto entender que na busca, o que é relevante é o reconhecimento dos encontros. Será encontro tudo aquilo que sendo partida ou chegada, e que abrindo ou fechando a nossa porta, se tornará também a nossa vida, porque todo ele é agente transformador, nos fazendo outros, antes ou depois dele. Conhecer-se é importante. É imprescindível conhecermos os nossos defeitos e potencialidades para que possamos inventar uma felicidade para chamar de nossa. Querer ser feliz à nossa maneira é uma forma mais fácil de alcançá-la. Descomplicar o destino também. Comecemos buscando alegria no viver. A minha vida é essa, e é aqui que eu devo me encontrar feliz.

Li certo dia sobre Freud ter dito que “o mundo é movido pela fome e pelo amor”. Isto deveria mesmo ser suficiente. Alimentar corpo e coração, sem exageros, sem expectativas ou autocríticas deslumbradas, sem pódiuns de chegada, aceitando o que a vida nos reserva, sem dramas, e à passos contínuos. Pausas são necessárias, muitas vezes descansam, aliviam, amadurecem-nos, mas seguir também o é. Adiante estaremos todos os dias.

É bom ter em mente o que isto significa para nós. Mas se esquecermos esta concepção sobre a “alegria de viver”, ela está em uma entrevista raríssima e memorável de Freud, no ápice de sua trajetória como pensador e clínico. Diz ele:

“Setenta anos ensinaram-me a aceitar a vida com serena humildade (...) Não, eu não sou pessimista, não enquanto tiver meus filhos, minha mulher e minhas flores! Não sou infeliz – ao menos não mais infeliz que os outros”.

Sigamos este conselho, simples, e sejamos felizes do nosso jeito, como soubermos.
Com nossa família e nossas flores.

Mona
Crato, maio de 2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Declarando



"A vida é mesmo coisa muito frágil, uma bobagem, uma irrelevância... diante da eternidade do amor de quem se ama!"
Nando Reis

Vida de interior tem as suas vantagens..., e são tantas!
As facilidades dos encontros, uma praça onde todos se reconhecem, os filhos que andam pelas calçadas (ainda) seguras protegidos pelas referências infantis e familiares, os amigos sempre por perto, tem festa na natureza, curtas distâncias ...e no meu caso, a delícia-plus de viver perto dos meus pais e irmãos! Ver as fases acontecerem e fazer parte de todas elas ter é paz e eternidade em todos os dias.

Manter-se perto físicamente às vezes é impossível, eu sei. Mas há sempre o lado de dentro. Uma voz que anuncia o sentimento, a lembrança de uma carta ou email, uma fotografia surpresa, uma viagem relâmpago e não adiada. A presença pode ser diversamente representada, e sempre sentida.

Cuidar de quem a gente ama é infinitamente importante. Garante saúde a ambas as partes. Tudo é tão simples. E tão gigante.

Coisa boa é o amor.
Declare o seu.

Mona
Maio, 2012.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Esculpindo





"Aceitar-me plenamente? É uma violentação de minha vida.
Cada mudança, cada projeto novo causa espanto: meu coração está espantado.
É por isso que toda minha palavra tem um coração onde circula sangue"

(Um sopro de vida)

As vezes me desconheço. Neste momento, uma pausa para as necessárias apresentações. Felizmente, gosto do que vejo, e se não, porque existem os estranhamentos, rapidamente tento mais um ajuste, mais uma cor, um outro valor. É que vou me fazendo todos os dias, e embora permaneça cheia de mim, me formo constantemente diferente do que já fui ontem. Acho que vamos lapidando o tempo dentro da gente, e dependendo de como o absorvemos e o revertemos em vida, sempre na busca de uma alegria profunda que nos emoldure, percebemos como já não somos iguais, não queremos as mesmas coisas, e o novo sempre nos ronda e nos seduz com as suas promessas seguras de uma chance diferente, onde supomos que tudo o mais é alcançável. Recomeço? Posso chamar de liberdade, de felicidade, de  ato ou de fato.

Entre todos os desafios, o que é achado ou perdido, o que trincou e o que era cola, os acasos e a consciência, tudo significa e é essencial. De barro que somos, sei que nos formamos entre lágrimas e sorrisos, na proporção que os acrescentarmos, com a força e a doçura que usarmos nos nossos encontros com a vida, já que "...se em um instante se nasce, e se morre em um instante, um instante é bastante para a vida inteira."

Mona
Crato, maio de 2012.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Iluminando

 
 
"...Que eu nunca esqueça que um único raio de sol, pode afastar várias sombras!"

São Francisco de Assis

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Alma de borboleta




“Minha alma é pintada como as asas das borboletas.
Contos de fada de ontem vão crescer, mas nunca morrer.
Eu posso voar - meus amigos.
O show deve continuar
Eu irei enfrentar tudo com um grande sorriso
Eu nunca irei desistir
Adiante - com o show.”

The show must go on - Queen
http://youtu.be/4ADh8Fs3YdU

E os limites são barreiras complicadas, por vezes agressivas e traiçoeiras, reconheço. Sobretudo porque os colocamos nos outros muito mais do que em nós mesmos. “Dos nossos (não) entendemos nós”, pensamos, enquanto seguimos entendendo cada vez menos dos outros, com os seus tantos mais aportes que por vezes não nos interessam. Tentando sobreviver aos meus, sinto que “nenhum limite deve me tirar à ambição da auto-superação”. O nosso crescimento deve ser contínuo porque somos muito pequenos diante da grandeza do Universo físico e emocional que nos envolve. Compreensão e compaixão encarecem o olhar. Todos os significados de vida que conheço, contém esta lição, e independente de como vivemos a nossa, devemos conviver com carinho e respeito com as mais diversas cores que compõem as asas de borboleta que voam peitos adentro. Vôos e borboletas, ambos símbolos de brutas e belas transformações. Não posso esquecer que enquanto me exercito para aceitar o outro, promoverei em mim uma renovação que me fará enxergar melhor, e com isso poderei ir além das montanhas de preconceitos que me cegam. Afinal, somos iguais em imagem, limites e possibilidades. “O que são homens comparados a rochas e montanhas?”

Penso que as pessoas que definem os outros com o limite sem gosto das palavras não vividas, inspiraram o Caio Fernando Abreu a escrever o seu livro Limite Branco...
”Eu não me conheço. E tenho medo de me conhecer. Tenho medo de me esforçar para ver o que há dentro de mim e acabar surpreendendo uma porção de coisas feias, sujas. O que aconteceria, então? O orgulho de ter conseguido chegar perto de meu coração? Ou uma grande humildade, uma humildade de cão faminto, rabo entre as pernas, costelas aparecendo? Não sei, não sei — minha cabeça quase estala quando faço perguntas, meu pensamento escorrega, se desvia, foge para longe, como se ele também tivesse medo da resposta. E talvez nem seja preciso coragem. Talvez seja necessário apenas um breve impulso, como aquele que me fazia mergulhar de repente na água gelada do açude da fazenda. E eu nem era corajoso por fazer isso, apenas tinha as esquecido por um instante de mim, do meu corpo.”
“Esquecer do corpo” quer dizer superar “O” limite. É deixar o conforto dos moldes pré-fabricados e ajustar-se a escultura da vida em movimento. O corpo é o que abriga o espírito e nada nesta vida nos limita mais do que ele, caso entendamos por corpo algo mais do que braços e pernas, sendo mente e coração, razão e emoção. Sob este prisma ilimitado, significa então atirar-mo-nos a um frio momentâneo do açude do Caio com a confiança de que o prazer de sentir a plenitude dele, cheio de uma felicidade pura, para muitos vivida somente na infância, nos aquecerá pela eternidade. Esta entrega infantil feita com confiança e alegria renderá adultos mais seguros e livres, porque estes saberão que para todo caminho que vai, há uma volta. Ou duas, três, tantas sejam necessárias. Vimos então que também o corpo precisa ser vencido para que o espírito se fortaleça. Lembrei-me do Padre Elias nos sugerindo que “guardemos as boas novas no coração, porque a cabeça é sempre muito restrita” para nos possibilitar entender o que o Einstein nos dissera em outras palavras: Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”.
Não podemos precipitar a nossa consciência, formatando-a com conceitos eternos, porque na eternidade, só o amor caridoso vive, tudo o mais é aprendido a cada dia. Não é saudável estabelecer definições para uma vida inteira porque ela é feita de um tempo desconhecido, e “no balanço das horas, tudo pode mudar.” Aproveitando a riqueza que este mesmo tempo traz consigo, quando apazigua nossos corações ansiosos e nos concede uma melhor visão sobre a nossa presença no mundo, que cresçamos o quanto pudermos para fazer jus ao entendimento do Drummond, sobre o amor, que faz tudo ganhar sentido... “Amor é o que se aprende no limite, depois de se arquivar toda a ciência herdada, ouvida. Amor começa tarde.”
Exceto quando dizemos que o amor “É um não querer mais que bem querer, é querer estar preso por vontade”, ou que “Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal”, quem define o amor não já não pode senti-lo, porque estará sempre buscando motivos.  Sentimentos muitas vezes não se traduzem, e entre tantas lições do Roberto Freire, guardo comigo uma que me caiba todos os dias...Quem começa a entender o amor, a explicá-lo, a qualificá-lo e quantificá-lo, já não está amando.”
Mesmo assim, é preciso estabelecer até onde podem nos invadir os que não nos entendem e não lembro de nada mais perfeito do que trecho de um livro de uma autora que nem leio tanto, a Zíbia Gaspareto... “Dizer sim quando quero dizer não é dar mais valor aos outros do que a mim, é não colocar meus limites, e isso é não me respeitar.. É o mesmo que dizer que o que eu sinto não vale nada, que os ouros podem passar por cima de mim à vontade. E eles passam, sem dó nem piedade. Hoje estou aprendendo a dizer não. Quando não quero alguma coisa, simplesmente digo não. Sem raiva nem emoção. Um não é só uma negativa. É nosso limite. Um direito que temos de decidir o que desejamos ou não fazer. A isso se dá o nome de dignidade. Quando nos colocamos com sinceridade, dizendo o que sentimos, somos respeitados.
Para todos, a esperança de que constantemente Deus age no nosso coração e de repente somos um milagre, que nasce de novo a cada dia. Tenho amigos queridos que me doam tesouros, entre eles estas palavras que me enriquecem sempre... “Nasçamos de novo não no corpo, esta matéria que nada transcreve, mas devemos nascer no espírito, na cabeça....precisamos morrer com o que é velho para dar espaço ao que é novo.” E isto me fez lembrar de uma linda frase do Caio F."...Porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar." É o mesmo que estudar a Bíblia e aprender que para que o Espírito Santo nos invada o coração, devemos antes esvaziá-lo de todas as agruras que vamos depositando por lá...é hora de limpar. Limpemos as mentes, os corações, esvaziemos cada espaço das nossas vidas para recebermos as surpresas que a própria vida nos apresenta.
Um dia, como todas as almas que guardam os seus tesouros que só o amor descobre, também seremos inspiração de renovação. Ate lá, antes de dividirmos os nossos medos, lembremos que “...todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão”. E quando não tivermos nada bom para anunciar, que aprendamos com a mãe do silêncio..."Maria porém, guardava todas as coisas, meditando-as no seu coração.” Lc 2,19
“Enfim, sendo borboleta, enfim quebrara-se realmente o meu invólucro, e sem limite eu era. Por não ser, eu era. Até o fim daquilo que eu não era, eu era. O que não sou eu, eu sou. Tudo estará em mim, se eu não for; pois "eu" é apenas um dos espasmos instantâneos do mundo. Minha vida não tem sentido apenas humano, é muito maior - é tão maior que, em relação ao humano, este não tem sentido."
Sim, Lispector, vivemos em uma transformação contínua, e embora nos saibamos parte do mundo Divino, nossos limites não nos deixam esquecer da humanidade que somos. Para sempre, a busca. Para agora, o que importa é sorrir com tantas asas quantas possamos ostentar, um par para cada vitória sobre nós mesmos.

Mona
Crato, Maio de 2012