"Eu sou uma eterna apaixonada por palavras, música e pessoas inteiras.
Não me importa seu sobrenome, onde você nasceu, ou quanto carrega no bolso.
Pessoas vazias são chatas e me dão sono."
Não me importa seu sobrenome, onde você nasceu, ou quanto carrega no bolso.
Pessoas vazias são chatas e me dão sono."
...E quem sente tanto, chega a estranhar quem não sente. É que meu calor se aflige com o que é morno. Quem tem o coração acelerado – o que certamente floresce as inconstantes e agitadas “borboletas no estômago” – aprendeu que compartilhar a alegria é multiplicá-la, doando asas aos seus sentimentos até parecer viver suspenso por eles. A esta altura, o mesmo olhar que te pede para me ouvir estende a mão e convida a voar junto.
O que importa acima de tudo, em qualquer rota de vôo, é que devemos percorrê-la carregando um coração cheio de vontade. Pesará menos nos pousos e decolagens que faremos durante a vida inteira. Diria que o contrapeso pode ainda ser saudade, amor, frio, alegria, nostalgia...mas alguma coisa deve vir dento do peito que nos embale os pensamentos e os corresponda às nossas atitudes. E enquanto o meu pensamento cria vida própria, entendo o que o Neruda quer dizer com "...ele mexe com o destino, acompanha a sua vontade".
Vontade é algo particular, e já repetiram excessivamente que não devemos discuti-la, mas eu que não tenho asas como as de Ícaro, vôo longe como a Martha Medeiros, em um trecho de O Divã, onde ela me assegura que a intensidade compensa a distância... ”Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos, um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoração ou seu desprezo. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.”
Pensar em ser feliz me dá uma chance plena de felicidade. É a partir do meu olhar para o mundo que me desperto como posso melhor construí-la. Quando descobrimos que somar dois ou três dos nossos sentimentos resulta em realidade, aprendemos que viver é usar da coragem para escolher aquilo que nos faz bem. Um sentimento vazio não faz jus à vida linda que a gente tem para respirar, e evitando desperdiçá-la entre tanto, ou tão pouco, penso como é o universo de quem não sente alguma coisa. Agradeço então o meu coração com céu de Big Bang. Sempre renascendo.
Não infantilizarei o amor, tampouco a vida em sua evolução que condiz com a nossa maturação. E mesmo querendo ter os dois pés no chão, espero que a alegria e a esperança me façam levitar todos os dias, porque não acho que a felicidade nasça ao “cumprirmos” um destino. É preciso criar um a cada dia, e entre o amanhecer contínuo que vivemos, desejo que a luz das minhas escolhas me revolucionem o peito com a mais pura, linda e louca alegria.
Para mim, só me peço que seja a minha vida vivida com a consciência Clara da Lispector que tão bem profetizou que acima de tudo, devo querer a mim mesma, de verdade.
"Sabe o que eu quero de verdade?! Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma, porque sem ela não poderia sentir a mim mesma."
Mona.
Crato, março de 2012.
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