quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Tempo, tempo, tempo, tempo...


Alice: "-Quanto tempo dura o eterno?"
Coelho: "-As vezes, apenas um segundo..."

(Alice no País das Maravilhas) - Lewis Carroll

"...E nada como o tempo, como um contratempo, pro meu coração..."

É fácil perceber que o coelho, dono de um relógio sempre apressado, já sabe que não há como medir, nem limitar o tempo. Pouco mais para uns ou pouco menos para a maioria, são sempre pequenos segundos de certezas, de felicidade, de sonhos, de passos, de avanço ou de recuo, que nos posicionam no calendário particular que cada um carrega na alma. O tempo que me esgota hoje pode ser o necessário para que você renasça, e é interessante reconhecer na trajetória alheia às lições que ela generosamente oferece a quem para um pouco a fim de percebê-las.

Quanta riqueza há nos passos à minha frente!

Aprendamos, sobretudo, que não dominamos quase nada, de tudo que pensamos poder, que é possível planejar e não cumprir, que é necessário revestir-nos de coragem para ficarmos presos no medo, porque o caminho do novo é desconhecido, e que ainda é comum manter-nos reféns dos nossos próprios sonhos e limitações. É tão fácil, que passa a ser motivo.

Desejar algo pode ser perigoso, caso o façamos sem maturidade pra recebermos o que pedimos. Vontade é algo que não permanece. Não enraíza, porque é preciso que se mova. Para que nos movimente, é assim que deve ser a sua forma de existir.

Dia desses li algo que sugeria "cuidado com o que pedimos" e me espantei com o fato de que muitas vezes pedimos a Deus algo que nem queremos, ou que não sabemos se ainda queremos, pelo simples fato de que um dia já foi o nosso querer. Como é difícil desapegar-nos dos conceitos e parâmetros.

No tempo de agora, em poucos segundos, me dei conta de que não sabemos ao certo o que haverá nos próximos iguais pedaços de vida. Como a Alice, creio que devemos querer somente que a eternidade do nosso destino se faça no nosso coração. E que apesar de, ele permaneça manso, rico de vontades, sempre crente em um amanhã que seja breve, e possível. Acreditemos que qualquer pouco, pode ser o tempo bastante.

Mona,
23 de setembro de 2011

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