quinta-feira, 8 de março de 2012

De mãos dadas, como em uma Ciranda.


Cilene Franceschi pintou Ciranda, em 2010.

Gostei tanto da história que envolve este quadro. A Franceschi voltou de uma viagem à África e o pintou sob a alegativa de ter visto que independente de onde estejamos, somos todas iguais, e como em uma ciranda, volteamos daqui, ou dali, mas a cada rodada, uma de nós revela os seus passos e segredos ao mundo, como se fossem os únicos, embora nós saibamos que eles são os mesmos para todas nós. Sim, somos iguais.

Sejamos nós mulheres brasileiras, africanas, européias ou de qualquer outra parte do planeta, fomos feitas por Deus da mesma forma, com o mesmo material e propósito. As questões externas, culturais, religiosas e sentimentais diferenciarão o nosso passado e o nosso futuro, ao longo do presente das nossas vidas, inibindo ou revelando em nós os nossos dons, afinidades, vontades, motivos, e até mesmo as nossas marcas, as lágrimas e os sorrisos, farão nos nossos rostos e corações o desenho da nossa sensibilidade, vivências e intuições, inclusive do que não revelamos. Tudo se encontrará um dia.

O que é bacana é que construídas por Deus que somos, fomos escolhidas para ajudá-Lo a construir o Seu universo de filhos, e fazemos parte da grande festa abençoada que é gerar o próximo. Esta função quando não fisiológica, de visceral que é, acontece no cuidado e amor dedicados a qualquer ser que tenhamos como nosso em algum momento. Viemos com uma inscrição de cuidar, e para isto não é preciso marcar um dia. Sempre será tempo.

Passamos pelos olhares e mãos de várias gerações de mulheres, e muitas vezes nem sabemos o porquê de algumas das nossas características, mas se olharmos um pouco para trás, estaremos espelhadas entre as muitas avós, tias, amigas, vizinhas, professoras, filhas. O surgimento de cada mulher nas nossas vidas nos acresce um significado. A troca é tão intensa, que normalmente agregamos um saber a mais. Sabemos que “...Os saberes nem são maiores, e nem menores. São diferentes“, como nos ensina o Paulo Freire, na sua visão feminina de entender que as partes fazem o todo, e que o método melhor para aprender é mesmo o que ensina a somar.

Agradeço por todos os dias que as muitas mulheres da minha vida me tornaram quem sou. E em troca, espero tê-las dado um pouco de alegria e de calor. Fechando o círculo que representa o nosso sexo, posso nos imaginar pela vida em uma grande roda, sorrindo e cantando como em uma “ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar...”

Desta forma, de mãos dadas, gostaria que seguíssemos atentas a tudo que acontece a nossa volta, comemorando a nossa força e graça, com a firmeza e a leveza que nos pertencem.

Um beijo enorme!
Mona.
Crato, Março de 2012.

Um comentário:

Roberta Ávila disse...

Querida amiga, suas palavras mais uma vez me emocionou. Como sempre, elas são bem colocadas e lindas. Obrigada por fazer parte de minha vida!!!!!!
Feliz dia da mulher!!!
Beijoooooooooooooooooooooooooooooos!!