segunda-feira, 25 de junho de 2012

Um novo tempo.



Embora seja "majestoso viver, acumular memórias, afetos", todos buscamos um porto de chegada. Pacífico, lindo e iluminado, só por existir. Lembrei-me de uma frase do Caio F., que me faz ficar em silêncio por cinco minutos sempre que a escuto..."Será que, à medida que você vai vivendo, andando, viajando, vai ficando cada vez mais estrangeiro? Deve haver um porto." Sim, há. E se não esquecermos de quem somos, ele andará conosco , nos ancorando nos princípios, sem nos deixar à deriva dos bons propósitos, mesmo que às vezes nos sintamos em um abismo.

Neste momento, quando começamos a perceber que o tempo é incerto e tão arredio, desejamos saborear com urgência a felicidade do agora. Já sabemos que cultivá-la sem prazo de colheita é a maior perda de tempo que existe. “Alicerce o seu sonho, mas sonhe e viva todos os dias.” Vejo pessoas que anunciam a sua felicidade para quando os filhos crescerem, ou quando a economia melhorar, talvez quando conseguirem perder algum peso extra, ou ainda quando tiverem uma casa maior...Penso no que haverá se nada disso conseguir se tornar realidade. Estes são objetivos que não devem nortear às nossas escolhas diárias, estas que constroem a nossa felicidade real. Que pensemos nestas coisas, enquanto seguimos vivendo. Há uma parte das nossas vidas, sobre a qual não temos domínio, que serve para lembrar-nos de que há pressa na realização das nossas alegrias e obrigações de cada dia, posto que não se sabe de que será feito o próximo, mas sobre a que temos, devemos fazer o que nos cabe incessantemente, até acertar a que melhor nos fizer.

É certo que nem sempre, em todos eles, teremos feito tudo corretamente, ou tudo ao seu tempo, mas entre a razão e a emoção que nos consomem, ou entre os "verdes e maduros" que somos nós, os frutos dos nossos dias são ótimos guias para o nosso coração. Com eles, aprendemos muito sobre as estações, a maturação necessária para florir e estar pronto em um ciclo que sempre, independente de o cumprirmos como deveríamos, vai recomeçar, com a luz esplendorosa com que naturalmente nasce. 

Gosto de aprender com o Érico Veríssimo a não lamentar o fim de um ontem, porque "...a vida começa todos os dias...!!!"  A minha, e a sua também.

Mona
Junho de 2012

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