“A maior dor do vento é não ser colorido!"
Mário Quintana
Imagino porque o vento gostaria de deixar rastro. Não vejo necessidade no seu desejo. Senti-lo no rosto já é mágico, não preciso que ele me pinte o caminho que fez para que eu o conheça. A sua ausência em tons ou matizes, o deixa único para cada momento em que sopra o que é vivo.
Como o mesmo Mário diz ainda que "a poesia não se entrega a quem a define", prefiro seguir entendendo que a exemplo da limitação do vento em não pintar o mundo e se fazer ver entre cores, ele se faz sentir, o que é absolutamente inteiro, e dispensa explicações. Caso o compare com o amor, ambos são sentidos, perceptíveis, mas não visíveis. O amor pode ser visto porque se materializa em um abraço, um sorriso, em um coração que acolhe alguém entre cuidado e atenção, ou na companhia de mãos dadas que seguem entre sonhos e alegria, mas o amor é para sentir, ainda que não visto, tanto quanto o perdão, a felicidade, a esperança, ou outro dos nossos tantos sentidos que fazem as nossas muitas entrelinhas, igualmente abstratas mas nem por isso menos intensas e reconhecidas.
Para isto também não é preciso ver. Melhor ficar com a beleza particular de sentir. Duvido que haja algo mais colorido que sentimento.
Mona,
Novembro de 2011.
Desconheço um símbolo mais forte para a representação do universo feminino do que o nome Maria. Acho que nada pode sugerir maior inclusão na condição singular de sentir do que ser uma Maria. A Maria é mulher, mãe, amiga, é coração que sente, é a certeza de colheita em qualquer estação. Assim, aqui espero encontrar da soma do universo de cada um, a construção do que nos une, nos forma, nos aproxima, e do que partilhamos tentando aprender sobre a Unidade do mundo inteiro.
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