Talvez tua cidade.
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão..., descompasso, desperdício.
Herdeiros são agora da virtude que perdemos.
Há tempos tive um sonho. Não me lembro, não me lembro...
Tua tristeza é tão exata, e hoje o dia é tão bonito.
Já estamos acostumados, a não termos mais nem isso.
Os sonhos vêm e os sonhos vão, e o resto é imperfeito...
Dissestes que se tua voz, tivesse força igual à imensa dor que sentes,
Teu grito acordaria, não só a tua casa, mas a vizinhança inteira.
E há tempos nem os santos têm ao certo, a medida da maldade.
E há tempos são os jovens que adoecem..
E há tempos o encanto está ausente, e há ferrugem nos sorrisos.
Só o acaso estende os braços a quem procura abrigo e proteção, meu amor!
Disciplina é liberdade, Compaixão é fortaleza, Ter bondade é ter coragem.
Lá em casa tem um poço, mas a água é muito limpa..."
(Legião U.)
"...Há tempos o encanto está ausente, e há ferrugem nos sorrisos..."
Como todo mundo, também tenho eu, em alguns dias, um horizonte um pouco cinza, e nestes, mais do que nos outros, procuro algo para me encantar no tempo nosso, em cada olhar. Não é preciso muito esforço. Gosto de sentir que o universo me deslumbra, e me instiga a fazer parte das suas cores, mesmo quando estamos primariamente entre preto e branco. Acreditar que a mistura secundária nos revelará melhores, ajuda. Crer nas pessoas, também.
Como deixar enferrujar algo que é veículo do bem e revela esperança na falta de alegria, mesmo quando decepcionados? É tão bom não deixar a felicidade ir...acho que é como um atestado:
" -Sim, meu Pai, eu confio em vós! Estou off, além do que já não tem cor, mas hei de me pintar com quantas eu quiser."
Como perder um instrumento de identidade, ou evitar trocá-lo com outras tantas alegrias sem par, que só desejam alguém que reflita um pouco desta crença, e também te farão acreditar? Ontem ouvi que "um sorriso acalma a alma, e faz com que sintamo-nos em casa." Quanta paz...sei que de acordo com a circunstância em que o oferecemos ou o recebemos, acredito mesmo que nos resgate dos nossos abismos.
É cena "ao vivo" ensaiar sobre essa consciência. É entendimento, é fé esperar sempre o melhor, mesmo quando ele ainda não chegou. Sorrir ajuda na espera. Abrevia o tempo e o sofrimento das incertezas comuns dos corações que sobrevivem nos hojes, sempre tão apressados.
O Chico Xavier, coração manso e sábio, tinha a calma necessária para enxergar as coisas que devem ser vistas, e nos disse que devemos sempre "deixar um pouco de alegria por onde passemos." Ao meu ver, isto é condição de ser uma boa companhia. Uma outra Alice, que não a minha, também partilha a sua lição pedindo para que "não deixemos as nossas gavetas de alegria cheias de ficar vazias." É que isso pode habituar. E a vida, deve ser sempre palco à transbordar.
Que o façamos então com a água límpida da música do Renato, que ela flua levemente de nós com todo o bem e o amor que tivermos, fazendo com que os nossos encontros nesta vida sejam o pensamento e o desejo do igualmente transparente, Chico: " Grande é o mar, que faz azuis os rios do mundo."
Mona.
Crato, Janeiro de 2012.
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