quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Meu caminho é esse.


" O caminho que eu escolhi é o do amor.

Não importa as dores, as angústias, nem as decepções que vou ter que encarar.
Escolhi ser verdadeira.

No meu caminho, o abraço é apertado, o aperto de mão é sincero, por isso não estranhe a minha maneira de sorrir, de desejar o bem.

É só assim que eu enxergo a vida e é só assim que eu acredito que valha a pena viver."

Clarice Lispector

Estas palavras dispensam qualquer explicação. Não consigo acrescentar mais nada.
"Me vejo em você, querida Clarice. Nos vejo tantas vezes juntas, olhando na mesma direção, que pretensiosamente, chego a dividir nortes com você."

 E de tão clara, a Clarice teve a alma mais feminina que posso “conhecer”. As angústias, dúvidas, as (falsas) certezas, os anseios, tristezas, algumas mágoas ou desejos são tão comuns ao universo de uma mulher que não raras as vezes choro quando a escuto. Ao me ver transcrita nas suas páginas, me surpreendo com tamanha identidade. As lições de como ter lucidez e sentimentos em um só degrau para que andem dividindo o passo, ensinam que podemos usá-los para subir, mas que invariavelmente devemos nos lembrar que escadas também servem para descer. É preciso ter sutileza nos aprofundamentos da alma, porque é igualmente saudável saber estar em pé, para voltar quando preciso.

Não sugiro que a Clarice seja instável, mas intensa. Como também não afirmo que ser intensa é viver de forma ilimitada, mas é ter vontade e dar vida à ela, mesmo que durante a encenação, alguma transformação te faça recuar antes do fim. Terminar o que não começou, também é concluir. E acredito que a conclusão te liberta, te deixa seguir. A paz de poder ir adiante é como navegar livremente, sem âncoras. O destino sempre terá as suas marés, mas nenhuma delas te fará ir ao fundo, que não por escolha, se você mergulhar o suficiente para saber onde está aportando.

Mas na superfície, o que importa é o olhar, nada superficial.
A verdade inscrita nele e no peito de quem vê, a forma como ela vai te guiar, definirá quem você é e pelo que vive. Eu escolho ser clara, e mesmo que conheça tempestades, digo pro meu farol que sou céu aberto, e ele me leva até lá.
“...e é só assim que eu acredito que valha a pena viver.”

Mona.
Crato, janeiro de 2012.

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