terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Rir sempre que pudermos, e rir ainda mais com grandes amigos!



Não é novidade que sorrir ajuda a melhorar...mas é bom relembrar.
Anoiteceu no seu coração?

Convide um (ou mais de um) amigo, e juntos tomem um café, assistam a um filme, caminhem ao ar livre, relembrem bobagens de ambos, chorem quando sentirem novamente a saudade ou dor de algumas delas, mas sobretudo riam da vida que construíram.

É mágico poder rir do que não deu certo, e entender que talvez não fosse mesmo para dar. É deslumbrante sentir felicidade pelo que deu, entender a participação das suas escolhas e orgulhar-se da sua coragem e determinação. Ninguém melhor do que um bom amigo para nos dizer sobre quem somos, e com carinho e cuidado, nos fazer acreditar.

Cultivar as certezas das amizades enraíza ternura e segurança no nosso coração, tornando-o manso e grato. Amigos são grandes motivos de gratidão. Quando não por escolha,“ a solidão devora” como afirma o poeta pernambucano.

Fernando Pessoa teve a graça de ter tido amigos verdadeiros. No seu poema sobre amizade ele define bem a pureza da sua alegria, e a seu exemplo, devemos seguir os nossos instintos para encontrá-los. "Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.” Sofrer junto é o estágio onde a amizade eterniza-se. Jamais se esquece um amigo que floresce nosso olhar, e nos doa chão, nos conscientiza com esperança, e nos oferece seu tempo e suas mãos.

Aprendi com os meus que poder seguir é um traço generoso da vida, que permite que cada passo tenha o seu ritmo próprio. Respeitar o destino, e escolher novos caminhos também é importante e até natural para todos nós, mas entendi ainda mais que a companhia deles me faz chegar onde nem imagino ir. Cada um, dos tantos que trago comigo, entre as suas partes de “santidade e loucura” têm o seu dom e magia. Uns sabem sorrir facilmente, outros escutam atentamente, alguns dividem os tons de cada canção ritmada por pensamentos em perfeita sintonia, há os que partilham conhecimento e são como poesias, e ainda os que andam ao lado sem dizer muito,  que estão sempre prontos para ir sem nem saber para onde vamos, mas que me agarram a mão e me fazem companhia inteira. Juntos somos sempre melhores e a nossa soma faz os nossos destinos misturados parecerem uma partitura. Cada nota tem a sua singularidade na composição. Difícil descompassar tão bela construção do tempo.

Não há segredo.
Constrói-se com verdade qualquer relação emocional. É preciso ter reciprocidade nos olhares, ouvidos apurados, afinidade nos pensamentos, bom senso para a convivência, e somos ponte para o mundo inteiro.  Pontes que pelo tempo e circunstâncias, muitas vezes nem as cruzaremos com freqüência, mas mesmo com ausência de trânsito, um bom alicerce nos fará atravessá-las de olhos fechados.
Elas estarão lá.

Amigos, para vocês, o meu coração. Ponte invisível para trilharmos juntos o caminho que busca o bem, com fé e alegria.
A linha de chegada é só um detalhe.

Mona
Crato, Janeiro de 2012.

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